Páginas

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Verdades sobre o Chevrolet Celta

Chevrolet CéuTaPreto Sparrado Edition

“Pelo menos a minha carruagem tinha acabamento melhor.”
Cavaleiro celta sobre Celta

“Confira o novísximo Celta 2012 no Hallocar! Totalmente reestilizado!”
Elzio Luz sobre Celta

“Rapaz, acho que vou deixar de fazer academia, com o Celta mantenho meus músculos em dia”
Você, disfarçando que seu Celta LS não tem direção hidráulica nem vidros elétricos

“Alugamos Celta por um preço imbatível!”
Locadora sobre Celta

“Ele não é atraente. Quem notou a novidade, por sinal, não se entusiasmou muito.”
Quatro Rodas na época do lançamento (2000)

“Prisma é Prisma, porra!”
Alguém do Clube do Celta

“Eu nem quero outro carro. Pra que quero carro que não é mil? Eu tomo multa se correr um pouco mais. E gasto menos gasolina assim.”
Danilo Gentili, dono de Celta, que se esqueceu de comentar seu baixo salário no CQC

“Celta não dá manutenção nem satisfação!”
Toyota Supla, dono de um Land Rover, sobre citação acima
O Chevrolet Celta nasceu com a pretensão de custar barato – “R$ 10.000 o modelo básico”, como se dizia às vésperas do lançamento, que se deu em 18 de setembro de 2000. O ex-Arara-Azul era um verdadeiro sofrimento, pois no início das vendas o ar-condicionado não era disponível, nem travas elétricas, direção hidráulica (que custava 15% do carro), conta-giros, temporizador do limpador de para-brisa ou rádio, e acabou por custar R$ 4.000 a mais que o previsto, a preços de época (culpa do “Cavalo-de-Troia” que invadiu as calculadoras de mesa da GM).

Os muquiranas da GM liberaram para o Celta apenas um item de, por assim dizer, comodidade: o hodômetro digital, tão confiável quanto uma cédula de três reais. De resto, tinha volante torto, pedais tortos, encosto de cabeça de pedra (fixo), acabamento de Lego (com painel de porta inteiramente de plástico), volante ridículo de dois raios sem buzina (que ficava na alavanquinha do lado esquerdo) e revestimento na cor GayGrey Macaw.

Por fora, o Celta tinha um design bastante sem graça, ele parecia dizer “Quero ser o Vectra CD mas não consigo”, sendo que o único detalhe interessante era o recorte de porta do saudoso Opel Tigra. “O Celta parece um carro grande que foi encolhido para se adaptar ao mercado. A grade é barata e comum demais. A visibilidade não é proporcional à área envidraçada. Suas rodas e pneus também parecem pequenos para as aberturas da roda. No geral, o Celta parece ser (...) um tanto burocrático” (Fonte: Quatro Rodas, Fevereiro de 2004). Robert Cumberford, você falou tudo para mim.

Celta Amarelo Skol

Em 2001 o Celtinha ganhou um pacote de acessórios digno de Transformer, com diversos opcionais, embora o motor fosse o mesmo 1.0 de míseros 60 pangarés da versão pelada. Em 2002, este mesmo kit foi denominado Super (em referência ao preço super elevado).

Ainda em 2002, o Celta ganhou mais duas portas para facilitar o entra-e-sai do seu público-alvo, os assaltantes. Mesmo assim, os bancos da frente continuavam com a alavanquinha do modelo duas-portas. Junto, veio a melhoria do motor, chamada VHC (Vai Haver Colisão) com mais 10 bezerros (poderia render mais um, mas ele se perdeu no caminho entre o sistema de admissão e o escape).

A principal novidade deste motor era a taxa de compressão altíssima (12,6:1), que deixava o nível de ruído digno de motor turbo desregulado, e que dava ao motorista a sensação de estar no comando de um motorzão, o que passou bem longe de ser verdade.

Este se empolgou até demais com o motor de dentista VHC

O “motorzão” para o Celta chegou no final de 2003, na versão chamada Energy. Tratava-se de um 1.4 de 85 cavalos, e era praticamente um folgado, por ter a taxa de compressão bem menor. Alguns fãs do Celta (que nunca dirigiram outro carro) dizem que esta foi a melhor versão já produzida. Para os fãs das batidas corridas de Fórmula 1, tinha o Celta Piquet, mas este era 1.0.

Em 2005 o Celta já tinha aumentado quase R$ 10.000 ao preço original, com suas “melhorias”: um tecido novo no banco, um grafismo novo no quatro de instrumentos, uma pintura prateada na saída de ar... As versões eram Life is hard, I lost my Spirit e Super cara.
Lembra como essa frente era feia quando lançaram?

Para a linha 2006 ele mudou, ele dizia “Quero ser o Novo Vectra Elite, mas nunca dá, a GM conspira contra mim”. A Chevrolet conseguiu deixar o Celta mais horroroso, com faróis de abelha e a velha pegadinha da placa, que mudava de posição conforme a "geração", termo bastante utilizado pelas montadoras para designar uma leve maquiagem. De resto continuava o velho Celta.

No mesmo ano veio o Prisma 1.4, que herdou todos os defeitos, mas conquistou alguns consumidores que precisavam de mais espaço (só para bagagens, pois o entre-eixos permanecia o mesmo), além dos orfãos do Celta 1.4, que saiu de linha também em 2006, cujas pouquíssimas unidades reestilizadas se tornaram objeto de colecionador entre os fãs do carrinho.

Novíssma linha 2012, completamente renovada

De lá para cá pouca coisa mudou. Só esse ano a Chevrolet fez uma mudança meia-boca, que envolveu só parachoque frontal, o volante e alguns botões herdados do Tragile. O Celta básico continua vindo pelado, mas agora custa R$ 26.350 na versão duas portas LS (Lasquei-me Sorrateiramente). Completo na versão LT (Lixo Total) chega a R$ 33.616 (sem contar os “acessórios tunnados” e as novas rodinhas de rolimã), valor absurdo para um carro que vem com volante torto, sem air-bags ou ABS e interior rebarbado.

Chevrolet Celta multiuso linha 2013
  • 247% estão arrependidos
  • 135% não acompanham as novidades do mundo automotivo
  • 97% mexeram no motor e na suspensão
  • 85% são recém-habilitados
  • 78% tiveram seus nomes incluídos no SPC e no Serasa
  • 60% deram um Monza a álcool de entrada (e colocaram as antigas rodas nos Celta)
  • 56% já se cortaram em alguma rebarba do Celta
  • 49% investiu no sistema de som, dos quais 48% gastaram mais do que no próprio carro
  • 12% já amputaram algum dedo com as rebarbas
Obs: a pesquisa exclui locadoras de veículos (80% das vendas).

Verdades
Este é o único Celta que presta!
  • O Celta é tão pelado que a revista Playboy está requisitando à GM algumas unidades para contracenar com as estrelas da capa (resultaria assim num legítimo pôster de borracharia!).
  • Quando o tanque está na reserva, o Celta ainda indica ½ ou ¾ do tanque.
  • Passar a marcha no câmbio (duro) do Celta consome 650 kcal em 10 minutos. Girar a manivela para abaixar ou levantar os vidros ajuda a perder o mesmo número de calorias.
  • O porta-malas tem espaço declarado para 260 litros, suficiente para dez sacolas de supermercado (vazias).
  • O Celta tem dois esboços de porta-copos na parte interna da tampa do porta-luvas.
  • O Celta tem volante tão torto que é preciso girar 90° a direita para o carro andar reto.
  • O câmbio do Celta é tão curto que a 30 km/h já dá pra engatar a quinta marcha.
  • Na estrada a 120 km/h em quinta marcha, o conta-giros já indica mais de 5.000 rpm
  • Em sites de anúncios, os do Celta são divididos em grupos de versões: 1.0, 1.4 e "tunnados".
O Celta é um dos modelos preferidos dos "Tunners" brasileiros
  • Comprar um Celta pode ser considerado investimento, pois os trouxas as pessoas pagam mais no seu usado do que quando você comprou 0km anos atrás.
  • Nem Ferrari, nem AP, nem moto esportiva, nem avião em decolagem, quem faz mais barulho é o Celta.
  • A Chevrolet oferecia ventilador de taxista como opcional quando ainda não tinha ar-condicionado.
  • O designer do Celta foi demitido e voltou a trabalhar na fábrica de patinetes.
  • O Celta fica rebaixado em 5 cm com o “acomodamento” de cinco pessoas.
  • Se o Celta tivesse airbag no volante, ele serviria apenas para impactos laterais, de tão torto que o volante é.
Nem precisa dizer que este jogo de rodas e pneus vale bem mais que o Celtinha…

Um comentário: