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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Verdades sobre o Audi A3

Manolos mais endinheirados já andam de A3 novo!
O Audi A3 foi apresentado em 1996, hoje podendo ser visto tanto nas favelas (em especial os modelos 1.8T antigos, roubados pra dar fuga nos “hôme”) quanto nas mansões de magnatas (no caso do RS3 2011). Inicialmente ele chegou com um motor 1.8 de 125 cv, e com seu estilo alemão logo caiu nas graças de um público que acreditava ter em mãos um carro de manutenção VW com refinamento de Audi. A frente foi claramente transplantada do A4, mas isso vira um detalhe perto da breguice do Grupo VW de colocar retrovisor direito menor “por questões de aerodinâmica”, inutilidade que afetou também o Golf e o Gol G3.
Repare no bizarro retrovisor direito menor
Os primórdios
O A3 era modernoso naqueles fins de anos 1990 (o Astra também, por mais mentiroso que isso possa parecer). Vinha com um pacote de equipamentos que dá inveja no “primo pobre” Golf, como ar-condicionado eletrônico (se o carro pegasse sol só do lado do motorista, infelizmente ele não se ferraria), sensores de estacionamento e o mais incrível, um rádio AM/FM com toca-fitas de série (welcome to 90’s)!
Antigamente, as pessoas ouviam música em fitas cassete!
CD Player? Nem como opcional, até a Audi perceber que as vendas estavam na lama do buraco do fundo do poço. Percebendo o erro, ela trouxe para o Brasil o A3 com um rádio decente e o motor Turbo de 150 cavalos. As unidades eram disputadas a tapas pelos playboys, e o A3 passou a ser vendido por ¼ a mais do que ele valia na tabela...

A situação piora!
Depois, em 1999, ele começou a ser fabricado em São José dos Pinhais - PR, junto com seu amigo de botequim ao lado da linha de montagem, o Golf. Mas o que o barateou foi o motor 1.6 SR, de míseros 101 pocotós. Assim, o Audi A3 tornou-se lugar comum em nossas ruas (inclusive na versão conhecida como “T vermelho”, que tinha 180 cv), até que a Audi Brasil perdeu o compasso com o modelo europeu e levou os consumidores junto (na época eram só os VIPs!).
Audi A3 de segunda geração, que custou a chegar aqui…
Em 2003 o novo A3 surgiu na Europa só com duas portas, ou seja, não compensava trazer para o Brasil. Mas aí apareceu o Sportback em 2004 e... Porque não veio? Culpa do presidente da Audi na época, Nikolaus Fail Feil! Os donos do A3 não sabiam se ficavam com mais raiva da demora no lançamento da nova geração ou por conta da desvalorização, que deixara seus atuais carros do preço de um Gol Turbo 2001.

Em 2006 a Audi trouxe o A3 renovado da Alemanha, e os donos mais magnatas trocaram seus velhos A3 pela novidade. Assim, os usados ficaram encalhados nos pátios das revendedoras, os descontos chegavam a 80%, o que possibilitou os funkeiros, pedreiros, office-boys, usuários de lan-houses e a galera do hip-hop dar seus carros de entrada e adaptá-los a suas necessidades (xunar ou tirar rachas).

Carros que foram dados de entrada na compra do A3

Os manolos querem mais do que apenas as rodas do Audi…
VW Gol (quadrado) – 38% – Teve até um consumidor que tentou tirar Pink Slip com o revendedor
VW Gol (G2, G3 e G4) – 22%
VW Golf (mk3 e mk4) – 15%
Fiat Marea – 9%
GM Celta – 6%
GM Kadett – 4%
VW Fusca – 3%
GM Opala – 2%
Ford Del Rey – 1%
Vale ressaltar que todos os carros que foram dados de entrada ostentavam as argolas da Audi.

A continuação dos velhos A3 na mão dos novos donos (de 2006 aos dias de hoje)
Audi A3 antigo sobrevivendo “dAkELi gEiTu”
Os únicos que conservaram os antigos A3 foram os pedreiros e alguns donos que fazem parte do Clube Audi A3. De posse dos seus museus brinquedos, começaram as adaptações. Estava na cara que nem todos teriam condições de bancar a manutenção digna de Audi. Quando as rodas de liga-leve (aro 16’’) começaram a trincar no piso das favelas, adivinhe que redondas eles colocaram... Bom, é verdade que alguns deles tiveram condições de ir além das “crássicas” Orbiteiras e colocaram ralo de A8 ou até a roda do Scirocco/Passat CC.

Muitos deles descobriram tardiamente jogos como o Need For Speed Underground 2, e após montar o A3 3.2 Quattro DakELe JeiTU, quiseram descontar a mesma coisa nos pobres Audi da vida real.
Need For Speed Underground 2, grande fonte de inspiração dos xuneiros . . .
. . . que depois fazem “obras de arte” como esta na vida real
Estatísticas mostram que 30% destes A3 foram utilizados como carros de fuga após assaltos.

A maioria (93%) montou praticamente um trio elétrico para ouvir direitinho as músicas da Valesca Popuzuda. O resto preferiu comprar CD’s (piratas) do Aviões do Forró.

E então, deu no quê?

Se tivesse Orbital, este S3 não perderia o controle…
Bom, os novos A3 todos estão nas mãos dos donos, intactos, situação que não se aplica aos proprietários de S3 e RS3, pois todos bateram durante os track days.

Os A3 antigos (lembrando, modelos de 1996 a 2006) da rapaziada continuam rodando, em situações cada vez mais precárias. Ninguém calibrou os pneus ainda. Mas o catalisador foi retirado em todos, dando aquele ronco digno de AP. Dois deles são utilizados como esquentadores de marmita, já que roubaram as rodas (viciado pega mesmo...).
Estilo vagabundo!
Os office-boys fazem entregas com seus A3 de segunda a sábado, apostando rachas com outras máquinas de motores AP (incluindo Audi A5 e uma colheitadeira) no domingo.

Curiosidades diversas

Modelo pé-de-boi
- Os primeiros modelos chegaram a ter rodas de ferro!
- Em 1999, a Quatro Rodas contou que um playboy levou seu Audi para posar de sistema low-rider e o instalador recusou!
- O Mag, daquela famosa música “Rebaxei Aro 16”, não tem e nunca dirigiu um Audi A3. No máximo, ele tem um Fusca turbo que faz de 0 a 400 metros em 10 segundos (na verdade é uma Ferrari disfarçada).
Hoje em dia, esta opção agradaria aos fãs de Restart
- Na Europa eram oferecidas cores berrantes, enquanto aqui 90% era prata, 8% era preto, 1% era branco e o 1% restante era de outras cores.
- A maioria dos donos de A3 são solteiros, pois como todos eles são obcecados, sempre chega àquele ponto em que a namorada/esposa/parceiro diz: “Ou o Audi ou eu”.
RS3, versão superesportiva de 340 cv
- O Audi RS3 anda quase tanto quanto um Porsche 911, mas também custa quase tanto quanto um Porsche 911... E não adianta colocar nitro, turbo, intercooler, seu A3 nunca chegará perto de ser um RS3.
- Se depois de uma festa um rapaz se aproximar dizendo que tem um Audi, é só observar a chave. Caso tenha o chaveiro da Audi pendurado não vá, pois ele pôs de propósito, afinal todos os Audi tem o logotipo na própria chave.
Raríssimo modelo AVR
- O Audi A3 AVR, uma versão especial com 1.8T de 192 cv e visual diferenciado, na época custava o valor de três A3 comuns. Hoje ainda podem-se encontrar algumas unidades que não tiveram perda total nos ferros-velhos.
- O faturamento da Audi, para fins didáticos: € 33,617 bilhões
Primeiro A3 com o famoso “bocão”
- A culpa da propagação do bocão frontal nos carros de hoje é do Audi A3!

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