Quando um produto não é bem sucedido no mercado, seu fabricante tem duas escolhas: ou o tira das prateleiras ou o reformula totalmente. No caso do Fiat 500 (agora a Fiat deixa bem claro que a pronúncia é Cinquecento) que chega às lojas nesta semana, trata-se de um relançamento do compacto, já que o modelo vendido no Brasil desde 2009 até hoje vinha da Polônia. A estratégia começa pelo preço de R$ 39.990 para um carro que não saía da concessionária por menos de R$ 59.360.
O objetivo é vender, por mês, 1.000 unidades neste ano e subir para 1.500 em 2012. O modelo antigo vendeu somente 1.200 unidades em dois anos. A receita é simples: o compacto agora vem do México, o que já tira da conta os 35% da taxa de importação, e, além de vir para cá, será o rostinho simpático da Fiat nos Estados Unidos. Feito para o mercado norte-americano, perde também em equipamento, com apenas dois airbags frontais de série. O motor de entrada agora é o Fire EVO 1.4 8V Flex (sim, o mesmo do Uno) de 88 cv.
Para chegar ao valor, foram retirados itens de série, mas o carrinho não pode ser chamado de pelado. Já vem com ar-condicionado, direção elétrica, as duas bolsas infláveis, freios ABS, ESP, trio elétrico, hill holder (segura o carro para não voltar em aclives) entre outros equipamentos de conforto e segurança. Neste 500, acontece o que esperávamos para o Uno: o casamento do Fire EVO com o câmbio automatizado Dualogic, o que eleva o preço para R$ 42.990.
Mesmo popularizando o 500, a Fiat não deixou de lado quem gostava de suas configurações mais caras e oferta a Sport Air, que tem como destaque o motor Multiair 1.4 16V a gasolina com 105 cv e câmbio manual. Com um visual um pouco diferente, como detalhes dos para-choques, farois de neblina, rodas de 16 polegadas no lugar das de 15, airbags laterais e volante revestido de couro, sai por R$ 48.800. E, como para vender nos Estados Unidos é praticamente obrigatório ter um câmbio automático, a Fiat buscou na Aisin uma caixa de seis marchas que equipa a versão Sport Air por R$ 52.800. O topo da linha fica com a versão Lounge com a mesma mecânica da Sport, mas só com câmbio automático. A configuração tem ainda itens como teto solar e rodas de 17 polegadas na lista de opcionais.
Personalização continua a ser atrativo
Como o Fiat 500 pretente atingir um leque maior de consumidores, a Fiat insiste a bater na tecla da personalização, como no primeiro lançamento do 500 e na atual geração do Uno. Adesivos, acessórios e cores são abundantes na escolha. Os tons do interior do carro têm 72 combinações possíveis. Além da boa oferta de cores, um bom motivo para compartilhar o mesmo carro com os Estados Unidos é poder usufruir das exigências de segurança da terra do Tio Sam. A carroceria do 500 foi toda reforçada. A suspensão também teve de ser melhorada e ficou 1 cm mais alta. Uma pena é que agora o charmoso carrinho tenha de sair por aí com pontos de luz nas bordas das caixas de roda, uma exigência da legislação americana que pode ajudar na segurança, mas quebra a estética.
Dualogic enfim se acerta
Ao entrar no Fiat 500 produzido no México, a impressão que se tem é que o acabamento ficou mais frágil, com plásticos duros e encaixes apresentando rebarbas, ao menos nas unidades avaliadas. Em uma delas a alça da tela do teto solar caiu e o difusor de ar travou fechado. Apesar disso, a mecânica guardou uma boa surpresa com o bom funcionamento do câmbio Dualogic junto do Fire EVO 1.4. Os trancos nas trocas de marchas foram suavizados e as respostas estão melhores do que nos outros produtos da Fiat com a mesma transmissão.
O motor também agradou na rápida volta pelas ruas lunares de São Paulo e a suspensão se mostrou confortável. O espaço interno, se fosse possível exigir muita coisa do pequeno Fiat, é bastante apertado, mas o que incomoda mais são os bancos altos, reservando pouca área para a cabeça dos passageiros. Já na versão MultiAir, o destaque fica por conta do bom câmbio automático de seis marchas. Ele troca de marchas rapidamente e, no modo manual, dá autonomia para o motorista escolher a marcha que quiser. Só que ele acaba ficando superdimensionado para o motor de 105 cv.
Prima Edizione - Para comemorar o relançamento do 500, a Fiat criou a série especial Prima Edizione limitada em 500 unidades, todas numeradas. Elas estão disponíveis nas cores vermelha, cinza e branca, sempre com interior cinza. Um logotipo estampado nas laterais e nos bancos identifica a série. A versão, que custa R$ 50.400, tem ainda costura dos bancos em vermelho, rodas pintadas de preto e spoiler da mesma cor na tampa traseira.
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