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quarta-feira, 21 de março de 2012

A Volvo está virando a nova Saab

A Saab pode ter se tornado um pedaço da história, mas o espírito automotivo não. Sem muito escândalo, a quadrada e velha Volvo se tornou curvilínea, arejada e até sonho de consumo de uns. Deve ter a ver com o café.
O estranho nos Saabs é que eles eram basicamente carros familiares. Práticos, comportados e com motorzinho de dentista. Como poderiam ser tão amados? Bom, hora ou outra aparecia um conceito fabuloso, um carro Darth Vader em edição limitada com um X no nome, mas a maioria dos Saabs estava longe ser um espetáculo. Mesmo assim, havia lguma coisa bacana e casual em sua eficiência. E eu não sei o que fazia os Saabs bacanas, só sei que isto está cada vez mais presente nos Volvo.

Essa "coisa" não é fácil de se encontrar. Parte dela envolve os estandes da Volvo nos Salões Automotivos. É terrívelmente difícil montar um estande confotável em um salão, porque salões são feitos em grandes caixotes industriais forrados com carpete industrial, iluminados por um mar de luzes e lotados de alemães sisudos querendo parecer com italianos. E mesmo assim o espaço Volvo parece sempre ter um ar escandinavo, com um belo piso de madeira, minimalista iluminação branca e bacana, e um bom café.

Ah! o café . . . Ele não é um simples café de feiras e eventos. O que a Volvo faz para os salões é fechar uma parceria com a Da Matteo, uma torrefadora e bar de café em Gotemburgo, assim como a Volvo, e enviá-los para os eventos. A Da Matteo é um belo exemplo da cultura de café dos nórdicos, que tem algo a ver com usar equipamentos italianos top de linha para criar algo bem não-italiano. Em Genebra, bebi excelentes flat whites preparados por Jesper Bood da Da Matteo, que depois do evento tuitou que a estimativa de consumo era de 54 kg de café em dois dias. É muito café.
Isso tudo pode ser uma tremenda bobageira. Eles poderiam ter servido um cafézinho qualquer, em cima de um carpete industrial de baixa qualidade com uma iluminação tosca, mas não. O que eles fazem é apresentar uma imagem abrangente do design escandinavo.

Nos últimos 15 anos, em grande parte devido ao trabalho do projetista britânico Peter Horbury, os volvos modernos ficaram visualmente interessantes. Ficaram na história os tijolos à diesel. No lugar, você só encontra carros genuinamente legais como o C30 (aquele da foto lá em cima). O interior confortável do sedan S80. O exterior moderno e envidraçado do novo V40, o novo compacto família que apareceu em Genebra. Eles têm até um motorzão V8!

Este texto é apenas parte da minha intuição. E vocÊ pode adotar uma visão crítica e dizer o quão fácil é manipular alguém que escreve na Internet com um bom café. Mas, deixando essa frieza de lado, pense no C30 com sua tampa traseira toda de vidro e seu motor 2.5 5 cilindros turbinado de 230 cavalos para lembrar o tipo de coisa que tornava os Saabs tão legais. Sempre que vejo um na rua, tento lembrar de não querer comprar um (embora não desejar o C30 seja meio difícil para mim, pelo fato de saber que toda a mecânica dele é igual a do Focus que eu tanto amo). Bom, ele no final ainda é um Volvo. Um velho Volvo quadrado a diesel. Mas ele não é.

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