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terça-feira, 21 de agosto de 2012

A Mini perdeu mesmo sua essência ??


Há pouco mais de uma semana, Bill Caswell expressou seu desgosto com os rumos que a BMW tem dado a sua marca M, com edições especiais sem sentido e carros que não tem mais nada a ver com a palavra “Motorsport”, e gerou bastante polêmica nos comentários. Agora, em uma coluna para o site Automobile Magazine, Jamie Kitman levanta as mesmas questões sobre outra companhia que pertence à BMW: Mini.



A BMW está no meio de uma cruzada para conseguir mais participação no mercado, e isso envolve lançar modelos como Série 5 GT, X6, Mini Countryman, Coupe e Roadster.

Nunca me canso de dizer: só porque vende bem não significa que seja bom para sua marca. Assim como os sucessos mais recentes do The Kinks, não condeno a Mini pelo sucesso do Countryman – a companhia merece fazer rios de dinheiro por sua imensa contribuição com a diversão ao volante ao longo dos anos. Mas ainda que eu saiba que Countryman é um Mini, ele não é pequeno e charmoso como seus antecessores, tanto o clássico quanto o novo. Ele é mais, mas de certa forma também é menos.

Kitman, grande fã dos Kinks, compara os novos Mini com os últimos álbuns da banda. No começo eles eram fantásticos, inovadores e divertidos, mas no final da carreira, mesmo os sucessos não eram tão bons.
Ao lado do Coupe e do Roadster, carros de estilo perigosamente mal resolvido, o Countryman nos mostra uma companhia que está dando voltas com sua identidade visual. Na verdade, cada nova versão do Mini só consegue provar o quanto a linguagem de design da marca é limitada. É claro que isso não pode ser planejado, assim como o líder dos Kinks Ray Davies não queria acabar com sua banda.

Eu discordo com ele sobre o Coupe e o Roadster, que eu considero muito legais e de acordo com o espírito da Mini. Eles são pequenos, divertidos, tem um visual bacana, e te colocam um sorriso no rosto sempre que você os vê. Mas ele está absolutamente certo quanto ao Countryman. Ele é inflado, desajeitado, tem um interior esquisito e, o pior de tudo, não é Mini nem no tamanho nem no espírito. Eu costumo chamá-lo de Medium Cooper ou, quando estou excepcionalmente carinhoso, de “Ô Coisa Feia”.

Pior ainda, Kitman diz que o espírito ousado e inspirador do Mini Cooper se foi.

Mas o pior de tudo deve ser o recente anúncio da companhia, de que o pequeno, leve e tecnológico conceito Rocketman, apresentado no ano passado, será cancelado. Além de se parecer o que um Mini deve ser – equilibrado, bonito e do tamanho certo – ele era uma reafirmação de qual deve ser a base e a missão da marca. Quer dizer, produzir carros pequenos, luxuosos com engenharia de primeira, e fazer dinheiro com isso.

Será que o Rocketman justificaria a existencia do Countryman? Para mim é como o caso da Porsche. Se o Cayenne permite que a Porsche faça carros incríveis como o 918, então é um mal necessário. Mas com a Mini, o Countryman existe e o Rocketman foi morto. Ainda que venda bem, o carro está limitando e estrangulando a Mini.

O que vocês acham? A Mini é só uma sombra do que costumava ser, ou o Countryman é um Mini de verdade?

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