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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Lembranças do passado: Blazer - das famílias para as polícias


 Esse fim de semana eu tinha terminado de lavar meu carro, quando meu tio encostou a Blazer dele na minha casa para eu lavar. Ele disse que tinha ido a uma concessionária pra dar uma olhada na Nova S10 e viu também uma TrailBlazer. Ele dizendo isso, me fez sentir saudade da época em que a Blazer era sinônimo de carro familiar, com suas linhas modernas e design desamericanizado (em comparação com a Jeep Cherokee, concorrente direta). A Blazer seguiu exatamente o legado da saudosa Veraneio, que no fim de sua vida foi usada como viatura policial, ambulância militar, mas antes foi um utilitário de luxo (o que está na moda hoje em dia).

 Na metade dos anos 90, conhecemos um novo conceito de utilitário: com carroceria intermediária entre as pequenas Saveiro, Fiorino e Pampa e as grandes F1000 e D20, surgiram as picapes médias, um seguimento que estava ganhando espaço com as japonesas Hilux e L200.

A Chevrolet S10 chegou em fevereiro de 1995, com o diferencial de ser fabricada por aqui. A S10 já era vendida nos Estados Unidos, mas chegou ao Brasil com uma frente diferente, com visual mais arredondado, faróis trapezoidais com refletor duplo e para-choques incorporado ao estilo da carroceria. A cabine exalava modernidade, com linhas arredondadas e os vidros rentes. Trazia um conceito nunca antes visto em uma picape nacional.
 Não demorou muito, em novembro de 95 nasceu a Blazer, com design muito mais elegante. O utilitário esportivo oferecia um amplo espaço para os passageiros e para bagagens, além de muito conforto embarcado. O interior era muito semelhante ao da versão americana, com um painel completíssimo (com contagiros, voltímetro e manômetro de óleo). A qualidade do acabamento então, nem se fala ! Era acima de muitos rivais importados.

Mas as primeiras versões vinham com o mesmo motor da S10 e do Omega, um 2.2 8V com comando no cabeçote e injeção monoponto. Com 106 cv e 19,2 kgfm de torque comandados por um câmbio manual de 5 marchas, o conjunto até que era bom. Mas a Blazer era mais pesada, e sofreu com a falta de força do motor, até 1996, quando surgiu a nova versão top de linha DLX, com o poderoso 4.3 V6 de 180 cv.

Os futuros proprietários não teriam do que reclamar !
 O destaque desse motorzão era o alto torque de 34,7 kgfm a 2.600 RPM, que acabava de vez com as críticas em relação ao desempenho do SUV (já que o 0-100 acontecia em 10,8 segundos). A máxima era limitada em 180 km/h, e durante alguns anos a Blazer foi o nacional mais potente.

Em 96 também nasceu a versão Executive, que diferencia-se da DLX nas faixas laterias, lanternas escurecidas e rodas douradas. Mas o grande destaque era o interior com um acabamento de primeira, com bancos, volante e portas em couro, ajuste elétrico do banco do motorista e o toque final: apliques imitando madeira no console e nas portas. Essa versão também poderia vir com um câmbio automático de 4 marchas e mais tarde, tração nas 4 rodas com reduzida.

Em 1999 veio o primeiro toque no visual, apenas com uma grade maior e a tomada de ar no para-choque que hoje em dia chamamos de boca de tubarão. Junto apareceram nas versões DLX e Executive o air-bag para o motorista e os freios com ABS nas quatro rodas. Mas a maior novidade ficaria para 2001.
 O centro de estilo da Chevrolet do brasil deu uma atenção especial à Blazer e a S10. Juntos, ganharam ótimas mudanças que asseguraram a liderança em vendas de ambos. E foi mais do que necessário, já que Ranger, Hilux e L200 ameaçavam estes a todo instante. A dianteira tinha novos faróis com uma grade mais robusta, que davam maior agressividade ao modelo. Nas laterias, as caixas de roda ficaram mais saltadas devido aos vincos mais fortes, que melhoraram muito o conjunto. Por dentro, um painel mais arredondado, com acabamento igualmente bom.

O motor 2.2 que equipava a versão básica deixou de ser vendido a favor de 2.4 8V de 128 cv e 21,4 kgfm de torque. Veio também uma versão TurboDiesel 2.8 de 132 cv e em 2004 o V6 saiu de cena. Em 2006 veio o 2.4 Flex de 147 cv e em 2008 uma reestilização que só a tentou esconder a idade da Blazer.
Com 17 anos de produção, a Blazer como conhecemos deixou de ser fabricada ano passado, e já não é mais vendida. Aliás, era até difícil achar uma Blazer 0km na rua, tirando as da ROTA e da Polícia Civil e Militar (as viaturas de polícia mais bonitas que existiram até agora, foram as Blazer's e os Corsa's da Polícia Civil).

No último salão do automóvel, a Chevrolet lançou a nova geração do SUV, agora TrailBlazer, que tem novo design e vai voltar com força total ao mercado, disputando com Hilux SW4, Ford Edge e Pajero Dakar. O novo modelo nasceu aqui no Brasil, e vai começar a aparecer nas ruas lá para fevereiro. Assim, fica a saudade da antiga Blazer, que nunca irá sair das nossas lembranças.

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