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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Mitsubishi Pajero V6 Flex: o poder da diferença

Digamos que você esteja procurando por um SUV, e está disposto a chegar nos R$100.000,00, e também sabe que crossovers são todos uns travestis: o visual mostra algo que não é entregue. São uma terrível surpresa. Uma Tucson seria uma ótima opção pra sua patroa levar as crionças pra escola, mas vocÊ dirá a ela "obrigado mas, não obrigado".


Sim, você sabe que um SUV de verdade joga a força pra trás, ou para as 4 rodas. Motor transversla pra mais espaço? 7 lugares? O que você é, um comunista? (Tre) Sofisticação é ótimo, mas não ao preço da emasculação do carro. Se você pensa assim, então conheça a Mitsubishi Pajero Sport 3.5 V6 Flex. Eu sei que, ao não ser que seu nome tenha Capitão, Major, essas coisas, no início, você só poderá comprar uma usada.E aqui estão alguns motivos para você considerál-la na sua lista de compra.

Primeiro: ela é um SUV de verdade. Feita na base da antiga L200, ela tem chassi e carroceria separados, feixe de molas e um diferencial sólido atrás, pneus enooormes, e, de quebra, é muito longe do chão.

Com 205 cv e 32,3 de torque (com alc/Gas) e tração integral com reduzida -acionada manualmente, oras; se você queria botões, volte pro Play Station - você vai rir daquela poça de lama enorme. Rir! Quebra-molas? Ainda melhor, pois você pode pular todos! Só uma coisa: o baque é grande. Sua avó/sogra vai odiar, mas se você tem um bom senso de humor, eu garanto que vai adorar. Refinamento não estava na lista dos engenheiros dela. Só tenho que agradecer a eles, por terem deixado ela tão crua e robusta, a ponto de você não ter medo de jogá-la na terra, lama e o que mais passar na mente.
Já que estamos falando de suspensão: Lembra da falta de sofisticação? Ela sacode seco e quica na menor imperfeição. Qualidade de rdagem é algo a ser usado com cuidado, o que pode soar como um xingamento para alguns, entendeu? Não tenha dúvidas, a suspensão vai te levar pra pescar em qualquer rio e sua firmeza vai te passar segurança pra acelerar na rodovia na volta, com curvas ou não. E numa briga com buracos, a Pajero ganha. MAS NÂO CONFORTÁVELMENTE. Meu primo tem um Golf 1.6 com rodas aro 17" e pneus 214/45, e consegue ser mais macio. Tá certo, somente as verdades até agora.

Mas andar num carro assim é mais do que simplesmente ir daqui pra lá. É toda uma experiência diferente. Enquanto na maioria dos carros em que eu ando, nem penso em vidros, na Pajero, a primeira coisa é colocar o Ray-Ban, abrir todos os vidros e colocar o bração na janela. E selvagem ela é. Os baques secos, sons, a forma como a potÊncia chega nas rodas, o puro exagero da quantidade de metal pra frente e pra trás dão a sensação de se estar andando em algo mais extraordinário que mecânico. Se pudesse andar de rinoceronte, imagino que seria mais ou menso isso. Um rinoceronte com ar-condicionado, e feito por caras que tem ursos polares de estimação.

Não é brincadeira. Com 5 de mim no carro, e mais 2 com peso que começa com o número 1, não ficamos com menos de 22,5 ºC com o ar no modo econômico e na menor velocidade. Ridículo. E ótimo pra quem quer deixar a cerveja gelada na estrada, como meu pai. Ah! esqueci de dizer que 22,5 não é o mais baixo, o ar vai até 17 ºC, e são 8 velocidades.
A experiência Mitsu é totalmente analócia. Nada de botões pra suspensão e direção ficarem mais macias. Esse é um projeto de antes da era da internet, e é pra lá que você vai quando dirigi esse carro. Uma época antes da censura hipócrita da TV, dos cpacetes e cotoveleiras pra andar de bicicleta na parque e antes da humanidade pastoralmente aceitar que precisa se proteger de si mesma com eufemismos e recomendações de saúde em embalagens.

Controle de tração e estabilidade? Qual é, você não sabe dosar o acelerador e nem contra-esterçar o volante? Então chame a mãezinha e peça arrego garotinha! ABS está lá - e pode ter certeza que você vai usar ele - assim como dois air-bags, mas bater em qualquer coisa menor que ele não será tão preocupante. Outra medida de segurança do porte grande desse automóvel, é que todos saem da frente na estrada. E enquanto a altura dos pneus e do chão, e o grande peso não te dá coragem para altas velocidades, você ficará felizmente surpreso.

O câmbio automático é lento e violento.. Cada troca de marcha é um murro. Combina com o carro, por mais estranho que isso ficou. Em estradas abertas dá para andar em altas velocidades. Ou seja, se você, como eu, tem um pedaço de concreto no sapato, não ficará triste com o desempenho Por outro lado, o consumo de combustível o deixará tremendamente triste. Com álcool, fiz 4,2 km/l e quase morri quando me toquei que foram 4,4 km/l de gasolina. A minha mãe, que dirige ccomo uma . . . mãe, consegue, no máximo uns 5 km/l de gasolina. "Oh, trágico, trááágico . . .", como diria o Senhor Omar.

Ou então, pense por outro ponto de vista: um carro à diesel pedirá uns R$10-12.000,00 já na compra. Sem contar o valor do seguro que será mais alto que o do V6, e o maior risco de assaltos, fora um motor mais barulhento, grosseiro, mais fraco e de repente o seis cilindros reluz como ouro. Vira um Frank Sinatra - pingaiada mesmo, mas com uma voz maravilhosa e sempre pronto pra farra -, enquanto o Diesel é o João Gilberto - com muitas qualidades, mais defeitos irritantes. Se você ainda não se comoveu com a Pajero V6, por favor, suba a bordo. Não precisa mexer em nada ainda, só sentir o espaço.

Uma família de 3 viveria extremamente bem se fossem instalados um banheiro, um fogão e uma geladeira. Ela é maior que as quitinetes nas cidades grandes, e melhor construída também, sem nenhuma rachaddura nas paredes, meu senhor. Mas o acabamento é trágico para um carro desse preço, digno dos Fiat Uno deposi de 1990. Só não sei se os plásticos duríssimos e a cópia "by 25 de Março" de madeira no painel são tão trágicos quanto o que a Mitsubishi chama de couro, e que não deixa nenhum boi como medo de cruzar as patas no paletó de madeira.
Os equipamentos são os mesmos de um carro compacto mais "top". Tem direção-hidráulica, vidros e retrovisores elétricos, CD-Player com entrada USB, ar-condicionado digital (mais eficiente do que o governo da Rússia, como eu já falei) e alarme. isso mostra que ela é um produto do seu tempo, a década de 90.

Na concessionária você encontra sensores de estacionamento, embora a ótima visibilidade o deixe um pouco de lado. Se você precisa de sensores de chuva e luminosidade (que aqui são ficção científica), tenho um recado pra você: Se você não consegue ver os pingos de chuva na sua cara, e nem percebe que está de noite, pare agora de dirigir. E não continue NUNCA MAIS!!! O que eu quero dizer, é que se você quer que o seu carro faça tudo sozinho, enquanto se concentra na ligação que recebeu pelo Bluetooth do carro, procura a mais próxima concessionária da Kiundai, Chevroliat ou Fordwagen. Mas se você quer um carro com personalidade - forte, eu admito -, não precisa procurar mais.

Ainda que ela beba mais do que qualquer grupo de 15 jovens de 20 e poucos anos numa festa, tenha um câmbio automático que funciona em tempo geológico e seja crua como uma boa picanhaa, sua capacidade de rir da incompetência do nosso governo de manter as nossas ruas e a experiÊncia atrás do volante vão conquistar você (como ela fez comigo . . .).

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