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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Quando a Mercedes AMG fez um carro de tração dianteira


A notícia dos futuros modelos Mercedes AMG de tração integral dividiu opiniões e causou uma boa discussão entre os fãs da marca. Há quem pense que os AMG puros devem ter apenas tração traseira, enquanto outros acreditam que esta é uma evolução natural. O que poucos sabem, contudo, é que a Mercedes AMG já fez um carro de tração dianteira.



Como todo modelo Mercedes, a AMG também planejou uma versão esportiva da primeira geração do Classe A (W168) – o mesmo modelo que foi produzido no Brasil. A ideia era fazer o modelo A21 AMG Kompressor para atingir potência próxima à do Golf GTI da época (180 cv). Mas o projeto inicial não pôde ser levado adiante devido à transmissão e embreagem: o alto torque dos motores sobrealimentados tornaria a caixa muito suscetível a quebras. Ao contrário de todos os demais modelos Mercedes, o Classe A era o único com motor transversal, o que o impedia de usar a transmissão da Classe C, por exemplo.
Restou à AMG foi trabalhar à moda antiga: modificando o motor mais potente disponível na linha, o M166 1.9 8v do A190. A AMG já havia feito algo semelhante com o 190E 3.2 AMG, e com o C36 AMG, que usava o motor M104 de 2,8 litros como base.
Sendo assim, a AMG manteve o bloco original e trocou pistões, bielas e virabrequim para aumentar a cilindrada para 2,1 litros. O cabeçote ganhou novas molas de válvulas e um comando de maior graduação. Depois bastou reprogramar a ECU, redimensionar o sistema de lubrificação e instalar um novo sistema de escape de fluxo duplo. O resultado? 140 cv de potência, 20,9 mkgf. Nada mal para um motor 2.1 com apenas duas válvulas por cilindro da virada do milênio.

A AMG afinou a dinâmica do carro com novos discos de freio frisados e perfurados de 26 cm, barra estabilizadora traseira mais grossa e um novo conjunto de amortecedores Bilstein Sport B4 com molas mais rígidas. Depois das alterações o carro ficou com 1.165 kg, resultando em uma relação peso/potência de 8,32 kg/cv.


 O visual foi retocado com para-choques e saia lateral exclusivos da AMG e rodas 17×7 com pneus 205/40. O interior seguia o padrão dos AMG da época, com cintos e painel de instrumentos levemente prateados, volante com empunhadura esportiva, bancos de couro perfurado com assento em alcântara e mais apoio para o corpo, pedais e soleiras e detalhes no painel e nas portas em alumínio escovado.
Motor preparado, dinâmica acertada, visual renovado. O A21 AMG estava pronto.

 Mas antes do lançamento um pequeno problema: segundo uma regra da Mercedes na época, para um modelo receber o emblema AMG ele não poderia ser produzido em massa, e precisava desenvolver no mínimo 40% mais potência que o modelo mais potente da classe – neste caso o A190 de 125 cv.

Ele até poderia ser produzido em volume menor, mas precisava de mais 35 cv para receber a medalha da divisão esportiva. Com apenas 140 cv ele acabou rebatizado como A210 Evolution.
 O A210 Evolution foi lançado em 2002 e produzido por apenas dois anos em volume muito menor que seus irmãos comportados. Em 2004 a Mercedes encerrou a produção europeia do W168 e no ano seguinte lançou a segunda geração do Classe A (W169) e o então inédito Classe B (W245). Ambas tinham evoluções nos motores e na transmissão, o que permitiu a criação dos modelos A200 Turbo e B200 Turbo. Nenhuma delas desenvolvida pela AMG.


A Mercedes já anunciou e divulgou fotos da futura A45 AMG, que terá motor 2.5 turbo de 350 cv e tração integral. Portanto o A210 Evolution continuará sendo o único Mercedes AMG de tração dianteira já produzido.

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