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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Carro mil não anda nada. Tem certeza disso ?

A situação: meu pai vem andando a 50 km/h em 4ª marcha, quando aparece uma ladeira no caminho. Não adianta, ele pisa um pouco mais fundo no acelerador, mas o carro vai perdendo mais e mais velocidade. 
Tudo bem, meu carro é um Fiesta Sedan 1.0 Flex, mas o fato do motor ser mil não explica o simples fato dele não subir a ladeira sem perder força. O problema é do motorista, que NÃO SABE CONDUZIR UM CARRO 1.0 !!!  Não é por que o carro é mil, que ele não anda.
De 48 a 66 cv, e nunca ninguém chamou o Uno Mille de fraco.

 Lembro quando meu tio falava do Passat que ele tinha: um L 2 portas 1.5 com 65 cv. Ele vivia falando que aquele bichinho corria demais pra ele. Parece até preconceito com carro 1.0: não importa o carro que for, se é mil, num anda! Totalmente errado !!! Só olhar a ficha técnica dos carros 1.0 dos dias de hoje. O mais fraco, tem 66 cv (o Mille Fire), e anda bem pra caramba (proporcionalmente falando). Sabe quantos cv o primeiro Mille tinha ? 48 a 5.700 RPM, 17 cv a menos que o atual. E nenhum dono reclama de desempenho do carro, seja o de 66 cv ou de 48 . . .
O motor do Fiesta tem 73 cv a 6.000 RPM pra empurrar com folga o Ka de 950 kg

 O problema do 1.0, é quando ele está em algum carro pesado demais, como meu Fiesta Sedan. Meu carro tem 1.100 kg pro motor de 73 cv puxar. Mas os outros carros 1.0 do mercado conseguem desempenho adequado, sem sofrimento, como o Ford Ka e o Chevrolet Celta. O problema é a velocidade em estrada ? Não acho, já que o Fiesta precisa de apenas 32,4 cv para manter 120 km/h, e ainda pode chegar nos 150-160 km/h tranquilamente.
O Celta consegue 78 cv, mas a  6 .200 RPM

Então aceleração é o problema ! Errado ainda, já que o Chevette Hatch 1.6 fazia um 0-100 km/h em 15,3 segundos, e um Celta hoje em dia consegue a mesma velocidade em pouco mais de 13 segundos . . . E é essa a média, de 13 a 15 s pros 1.0, o que muito carro de antigamente nem sonhava em fazer.
Só que vamos deixar claro: carro 1.0 tem força sim, mas pra isso você tem que subir o giro pra ele ir de boa. Como eu ouvi uma vez: existe vida depois de 3.000 RPM. É bem pra lá que a força do 1.0 aparece, mas alguns motoristas (como o meu pai) desconhecem essa realidade. No caso do meu pai, e no de muitas outra pessoas, tem se a idéia de desgaste do motor por conta do ruído mais alto. Ou então alto consumo. Mas é tudo mito.

Esses motores têm curso dos pistões bem pequeno.  Por exemplo, o 1.0 16V da Renault tem 6,8 cm de  curso. A 5.850 RPM, quando ele entrega todos os seus 77 cv,  a velocidade dos pistões é de 13 metros por segundo, abaixo do limite para carros de rua que é de 20 m/s. Os motores Fire da Fiat também chegam a isso, e consegue aguentar uns 200.000 km de boa (é claro, desde que esteja com a manutenção preventiva em dia).
Gol VHT: 76 cv e ótimos 10,1 kgfm de torque para chegar a 165 km/h

Como resolver ? Simples: mudança de hábitos. Não é fácil, já que os brasileiros de forma geral, estão acostumados com  os antigos motores 1.6 e 2.0 com bastante força em baixa, sem muita expressão em alto giro. Vejo no trânsito do dia-a-dia, gente arrancando num semáforo, sem largar a mão do câmbio já para engatar a segunda. Esses motores 1.0 não tem força exorbitante nessa faixa, é da natureza deles. Muitos compradores desconhecem esse fato, e insistem em jogar logo a 5ª marcha. E mesmo quando precisam andar rápido, eles não reduzem marcha, e, o carro sem força, será taxado de manco, como qualquer outro milzinho.

É o que eu digo pro meu pai, não adianta engatar uma marcha e ficar nela o resto da vida, pois em um 1.0 , usar bem a caixa de marchas, é essencial. Portanto, viu a subida lá na frente ? Reduza uma ou duas marchas que você até percebe que o carro sobe mais solto, sem a sensação de fraqueza.

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